de dentro do meu barquinho
5 de julho de 2013
vida
hoje me pasmei pela notícia da morte de um homem da igreja da qual faço parte. ele estava praticando ciclismo quando foi atropelado por um ônibus; tinha apenas 40 anos de idade. eu não era próximo a ele, mas passei a admirar sua serenidade e seriedade após uma palavra sua numa reunião de jovens. meus avós foram minhas perdas próximas mais recentes, porém não é tão chocante a morte de quem já viveu por muito tempo. talvez esse seja o motivo desse abalo de hoje.
interessante a morte me fazer pensar na vida [certamente, não somente a mim]. mas nos últimos dias já penso sobre esta. um tanto quanto desiludido, confesso. tentando entender alguma coisa. [...] o que me deixa mais intrigado é perceber o quão transitória e breve é a vida. passamos tanto tempo nos esforçando para ter alguma coisa, buscando ser alguém... correndo atrás do vento! não estou valorizando a morte, embora a vislumbre esperançosamente, mas sinto que a vida está sendo muito resumida e, algumas vezes, deixando de ter valor. as obrigações impostas têm consumido a vida de tanta gente e tenho muito medo de acabar assim. estou ciente de que o medo não pode me paralisar e de que terei que cumprir com muitas obrigações, mas não quero murmurar como um trabalhador enfadado às vésperas de suas férias.
quero viver trabalhando para um amanhã melhor, mas me alegrando com o hoje. é difícil plantar boas sementes e entendo que tenho que continuar plantando, no entanto também aproveitando o sabor dos frutos de outras que já foram plantadas há algum tempo, senão eles estragam.
por incrível que pareça, esse pequeno texto tomou rumo distinto do inicial [li algumas coisas que escrevi anteriormente e me alegrei por não ter apagado esse blog!]. a metamorfose incessante me faz crescer. sei que preciso aprender que para tudo há um tempo certo. e preciso me esforçar para tornar realidade meu principal sonho: fazer alguém feliz. se eu alcançar isso, sei que, quando chegar a minha hora, haverá satisfação e lágrimas de alegria, ao invés do sufocante sentimento de perda.
p.s.: é, realmente gosto muito do livro de eclesiastes.
1 de junho de 2012
carta
os dias se vão, e só assim percebemos a diferença entre o que somos e o que fomos algum dia. alguns desses dias se tornam importantes e por isso merecem ser lembrados. não são como várias dessas datas comerciais, superficiais e que pouco me importam. são memoráveis porque influenciaram na construção de quem sou. e, geralmente, esses dias só se mostram marcantes posteriormente. será que algum de nós dois conseguiria imaginar, naqueles primeiros dias, o quão essa história seria duradoura?
se me pedisses para definir todo esse tempo em uma só palavra, eu diria aprendizado. por mais que seja um clichê [detesto clichês!], não vejo outro sentido para a construção de um relacionamento sólido. tudo que já vivemos, inclusive minhas falhas, me ensinaram muito! e o nosso amor vai se construindo baseado nisso tudo. até na nossa situação atual. mas apesar de que a distância de hoje pareça afastar, me sinto cada vez mais perto e ligado a ti.
ao Eterno, toda a minha gratidão! mesmo sem eu merecer, Ele te colocou em minha vida e mudou o rumo dos meus dias. por que sei disso? se eu conseguisse pensar apenas em mim quando reflito sobre o futuro, certamente eu poderia dizer que eu era o mesmo jethro.
a maior alegria desse dia de hoje, para mim, é sentir que esses são apenas os três primeiros de muitos anos contigo. amo-te, allana!
3 de janeiro de 2012
resoluções

24 de dezembro de 2011
natal = amar = compartilhar

se o dia de hoje é para comemorar o nascimento de alguém, que tal tentarmos realizar alguns dos pedidos do "aniversariante"?
"ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. este é o maior mandamento e o mais importante. e o segundo mais importante é parecido com o primeiro: ame os outros como você ama a você mesmo." palavras de Jesus, no evangelho de mateus 22:37-39.
ame e tenha uma ótima celebração do nascimento de Jesus Cristo!!
20 de março de 2011
"o fim da infância (1850-2009)"

a infância é uma ideia, uma abstração, um paraíso artificial. entenda como ela foi inventada e no que pode dar a sua desinvenção.
o conceito de infância faleceu em 7 de julho de 2009, vítima de causas múltiplas. consagrada no século 19, a ideia de uma etapa da vida protegida dos males do mundo já vinha com a saúde declinante havia 50 anos, atingida pela era da informação e pela expansão da adolescência, entre outros fatores. o que determinou a morte foi a participação de paris katherine no funeral de seu pai, o cantor michael jackson. ("ele foi o melhor pai que se pode imaginar", disse paris). bastou para que explorassem a imagem da menina de 11 anos, complicando uma vida que já não será fácil. não interessa se ela é criança - é uma celebridade como as outras. juridicamente, a infância sobrevive: vai até os 12 anos.
o obituário acima é uma provocação - se você acompanhou o caso, pode até argumentar que o fez somente por curiosidade. mas já faz pelo menos duas décadas que estudiosos da cultura contemporânea veem eventos como esse e concluem: a infância está desaparecendo.
não é que os seres humanos estejam engrossando a voz logo que aprendem a falar. a diferença é que esses jovens seres, que havia séculos habitavam um mundo que construímos para eles, há algum tempo vêm usufruindo dos prós e contras do universo dos adultos.
"a infância é um artefato social, não uma categoria biológica", escreveu o americano neil postman. provando que a infância era uma invenção cultural, o historiador alertava que a mesma sociedade que a criou poderia determinar o seu fim. no começo dos anos 80, ele via como principal ameaça o fato de adultos e crianças verem os mesmos programas de tv - nem imaginava a banda larga que viria pela frente. mas, já que o assunto é infância, sejamos didáticos: vamos começar do começo.
a invenção da infância
aos 13 anos, o príncipe alexandre, que ainda não era o grande, começou a ter aulas com aristóteles. aos 16, já comandava exércitos da macedônia. a transição brusca do banco da escola para a cela do cavalo é um bom exemplo de como os gregos e romanos viam seus jovens abastados: se vivessem o suficiente, poderiam adquirir alguns conhecimentos úteis e, assim que possível, deveriam estar aptos para todas as demandas do mundo adulto.
na idade média, a vida das crianças piorou. as que chegavam até a idade de conseguir segurar um instrumento de trabalho quase sempre aprendiam a profissão de seus pais. o acesso à educação ficou muito restrito: os mosteiros detinham o monopólio do conhecimento, e não tinham interesse em disseminá-lo para além de suas paredes. (fãs de o nome da rosa talvez se lembrem dos monges que morreram tentando ler um livro proibido.)
esse estado de coisas, estabelecido ali pelo século 5, só foi alterado com a invenção da imprensa, em 1439. sim, imprensa: o consenso entre os historiadores é de que ela é a mãe da infância, por ter permitido a popularização dos livros e o ressurgimento das escolas. como explica neil postman em o desaparecimento da infância: "em um mundo iletrado, não há necessidade de distinguir com exatidão a criança e o adulto, pois existem poucos segredos e são poucas as instruções para dominar a cultura cotidiana. em um mundo letrado, as crianças precisam transformar-se em adultos". gradualmente, aqueles serezinhos que nem constavam nos testamentos e que não ganhavam pão se os adultos tinham fome se tornaram investimentos de longo prazo. o burguês esperto que colocasse seus filhos na escola estava tão-somente buscando garantir o seu futuro.
justificado economicamente, o confinamento dos jovens em ambientes separados do dos adultos começou a suscitar sentimentos em pais e mestres, que passaram a acreditar que aquela parcela da população tinha "outra natureza e outras necessidades", nas palavras do historiador inglês j.h. plumb. o iluminismo e as revoluções burguesas inspiradas por ele transformariam essas boas intenções em conquistas reais: os novos códigos civis reconheciam as crianças como sujeitos com direito a proteções legais específicas e necessidades especiais.
mas havia outra revolução no meio do caminho: a industrial. as novas fábricas fizeram milhares de pais rever seus conceitos recém-estabelecidos para botar os pequenos a trabalhar e ajudar no orçamento familiar. foi preciso que uma ideia "inusitada e radical", como define postman, entrasse em vigor: o estado passou a se dar o direito de agir como protetor das crianças. e, com o governo no papel de tia da creche, a infância foi brincar tranquila.
em 1850, a transição está completa. o mundo, que era um só, virou dois: o das crianças e o dos adultos. é nele que se falam sobre diferenças entre classes sociais, morte, doença, violência, dinheiro e, o segredo mais bem guardado, o sexo. de assuntos como esses, as crianças deveriam ser poupadas, em nome de uma infância sadia.
tudo pela tela
assim como a imprensa é considerada a pedra fundamental sobre a qual se construiu a ideia de infância, a popularização da tv é considerada o princípio da depredação do prédio.
se o mundo letrado havia criado culturas separadas para adultos e crianças, assuntos de gente grande e gente pequena, ao reunir a família toda em volta de sua tela, a televisão voltou a aproximar esses dois mundos. ou melhor: como aquela criança mais velha que ensina palavrões para as menores, ela volta e meia transmitia conhecimentos que os pais preferiam que seus filhos ainda não soubessem. "o acesso das crianças a informações do mundo adulto transformou tudo drasticamente", garante joe kincheloe, coautor do livro cultura infantil e professor de estudos culturais e pedagogia na universidade penn state.
naquelas residências onde essas transformações nem foram sentidas como tão drásticas assim, além de amiga indiscreta, a tv acabou cumprindo o papel de babá eletrônica. é aí que entra na equação o que os especialistas chamam de pedagogia cultural corporativa - a parte da nossa criação realizada pela indústria do entretenimento. parece banal, mas era um fato inédito na história do nosso desevolvimento. se antes as memórias de infância eram criadas sob a supervisão dos pais ou na companhia de outras crianças, agora elas vinham da tv, da música, dos filmes. "por decisão ou omissão dos pais, mais e mais experiências dos nossos filhos são fruto de conteúdos produzidos por corporações comerciais", diz kincheloe.
é inegável que as gerações que cresceram na frente da tv tiveram acesso a um volume de informações muito maior do que as anteriores - sem fazer juízo de valor sobre essas informações, que poderiam ser fofocas sobre a filha do michael jackson. a verdade é que a quantidade de tempo na frente da tela foi aumentando a cada década, chegando ao ápice nos anos 90. e então ela começou a cair. para desespero dos pais, porque agora as crianças podiam aprender o que quisessem em outra tela, a do computador.
nas últimas páginas de o desaparecimento da infância, neil postman faz uma ressalva: "a única tecnologia que tem potencial para sustentar a necessidade de infância é o computador". e explica: "para programar um computador, é preciso, essencialmente, aprender uma linguagem. isso significa que é necessário dominar complexas habilidades analíticas [grifo meu] semelhantes às exigidas de uma pessoa plenamente alfabetizada, e para isso é indispensável treinamento especial". bom, hoje muitos estão na internet antes de plenamente alfabetizados, tendo acesso a muito mais informações do mundo adulto - uma expressão que, nessa altura do século 21 e do texto, já não faz mais nenhum sentido.
tobogã abaixo
o que a imprensa colocou de pé a tv e a internet vêm colocando de lado, mas não é só na busca por informações antes exclusivas que podemos detectar sinais do fim da infância.
a consagração da adolescência como a melhor, a mais divertida e inesquecível idade para todos os seres humanos, uma ideia que começou a pegar nos anos 50, também exerce uma pressão para que as crianças deixem logo de sê-lo. em linguagem de marketing, ser jovem é "aspiracional", algo que as pessoas aspiram, almejam, desejam. para suprir essa demanda anteriormente reprimida no estereótipo sem graça de "pré-adolescente", marqueteiros criaram o rótulo tween - um trocadilho com between ("entre") e teen ("adolescente") para inserir todo tipo de produto voltado a quem antes eram crianças de 9 a 12 anos.
os ídolos desse público podem se comportar de forma pudica, como os vampiros virgens de crepúsculo, mas, na vida real, o apelo sexual é aproveitado assim que possível. miley cyrus, 16 anos, se faz de santa no seriado hannah montana, mas posa sensual na capa das revistas. a própria xuxa achou que a princesa sasha, 10 anos, já estava precisando de um príncipe, e promoveu um concurso para escolhê-lo. o vencedor foi bruno mesquita, 15 anos, que faz o estilo "jonas brother", e os dois vão fazer par romântico em um filme.
a pressão para se tornar adulto nos relacionamentos também se reflete no campo profissional. crianças de 3 anos já estão aprendendo um segundo idioma, e as que entram no ensino básico já têm uma agenda lotada de cursos, aulas extras, grupos de estudo - nenhum pai quer que seu filho fique para trás. nos eua já há um movimento para que as escolas públicas passem menos dever de casa.
a ética profissional é incutida cada vez mais cedo. quando a menina maisa, 7 anos, teve problemas com seu chefe, sílvio santos (recapitulando: ele a fez chorar duas vezes e a prendeu dentro de uma mala), seus pais logo trataram de esclarecer que ela não deixaria de cumprir os seus contratos com o sbt.
e o que dizer do caio werneck, 9 anos, zagueiro do roma, da itália? casos como o dele, de crianças negociadas com times do exterior, são cada vez mais comuns. caio já tem uma profissão definida, a mesma que seu pai seguia, deixando a escola em segundo plano. como na idade média, quando não havia infância.
ânsia de infância
por mais que todos os programas de tv educativos e as cantigas politicamente corretas queiram, uma corrente muito forte na outra direção leva a crer que a infância clássica está com os dias contados. o que fazer? para kincheloe, a mudança tem de começar onde tudo começou: "as escolas têm de ser reformuladas desde os seus fundamentos". o currículo é organizado como se as crianças aprendessem sobre o mundo na sala de aula, ignorando todas as informações disponíveis fora dela. para ele, é preciso um modelo de infância que entenda que a crianças podem, querem e vão aprender sozinhas. "as crianças pós-modernas não pedem permissão dos adultos para aprender", diz.
quanto antes se reconhecer isso, melhor. afinal de contas, pais e mestres não deveriam esperar a indústria de celebridades passar dos limites para serem lembrados que as crianças não são mais tão infantis.
texto retirado da revista 'superinteressante', de agosto/2009, escrito por emiliano urbim.
31 de dezembro de 2010
olho nu.

tenho uma grande dificuldade da qual gostaria de me livrar. e não é como esses 'maus costumes' que geram inúmeras promessas de fim de ano, que, se realmente aparentam vingar, duram, no máximo, umas duas semanas. é um incómodo que até já me tirou o sono, bastantes vezes.
chorar, que para muitos indica fragilidade, para mim é algo engrandecedor. e raro, no meu caso, pois desde que me entendo como um ser maduro [coisa que, segundo muitos, ainda tardarei a alcançar], conto nos dedos as vezes que consegui transformar uma emoção em lágrimas. e não sei, ao certo, o porquê. só consigo relacionar às repetidas vezes que me privei de chorar para parecer forte, principalmente no início da adolescência. e então fui ficando assim, meio ressequido, embora esporadicamente, "do nada", me flagro com essa sensação chata, que parece não querer passar.
já fazia uns meses que sentia essa "fadiga" e, por esses últimos dias do meu 22° ano de vida, amoleci. [...] hoje, chorei, assistindo 'toy story 3' [mas que trilogia fantástica!!]. mesmo sem entender o porquê, foi bacana sentir que as poucas gotas salgadas pareceram lavar mais que apenas os olhos.
espero, um pouco insatisfeito, enquanto isso muda. só não quero ficar como o meu pai, que não pode assistir a um mero programa de televisão, desses dominicais, cheios de quadros semelhantes ao "arquivo confidencial", que já começa a fungar, soluçar e tentar disfarçar, como se fosse com ele.
p.s.: se não tivesse escrito isso, eu diria "que texto emo!". sério...! [hehe!]
23 de dezembro de 2010
então, é natal?

há dias penso nesse texto e, agora, nem sei por onde começar. pelo teor da tirinha [retirada e adaptada do blog dr. pepper, o qual não aconselho, principalmente a moralistas e menores de 18 anos], dá para se ter uma idéia. só que, bem longe de extremistas que querem abolir a figura do 'papai noel', como nathan grills, um "pesquisador" que, inacreditavelmente, publicou um artigo em uma revista científica só para isso, ou de igrejas que se dizem cristãs, e, no entanto, enchem as cabeças dos fiéis de ideologias bobas, pretendo, somente, instigar uma reflexão para o real significado dessa data.
minha preocupação é o rumo que as coisas estão tomando. e não é de hoje que as comemorações de fim de ano causam um grande rebuliço; porém, já notou que, a cada ano, mais cedo se iniciam as vendas, tendo como tema o "natal"? lembro-me que, poucos dias após o 'dia das crianças', fui surpreendido por pisca-piscas, guirlandas e 'papais noéis' enfeitando a fachada de muitas lojas. "mas o comércio tem que vender!", você me diz; então, eu tenho que virar marionete dele?... não, mesmo! é muito legal receber presentes [mesmo que sejam de si mesmo, como fiz esse ano], mas será que estes têm, realmente, algo especial? e será que vale a pena passar todo o ano seguinte pagando dívidas adquiridas nessa época? de modo algum recrimino a doação e a troca de presentes, uma vez que é saudável e deve ter sido inspirada nos presentes ofertados a Jesus pelos reis magos. entretanto, eu mesmo já recebi presente natalino de alguém que o deu, praticamente, por obrigação. embora eu fosse apenas uma criança, percebi e não foi legal...
há ainda o [geralmente hipócrita] clima de amor e paz. que bom que se pensa nisso, mas... por que só no natal? nas ruas, vejo pessoas cumprimentando outras, desejando coisas boas... mas só no natal? no dia em que eu vir sorrisos e cordialidade espalhados por aí, durante todo o ano, deixarei de pensar que é hipocrisia.
e acima disso, penso na substituição dos valores. pergunte a alguém o significado do natal. certamente, poucas falarão em Jesus. e toda essa festa, luzes, presentes e afins não teriam valor se Ele não tivesse nascido, vivido e morrido por você.
dessa forma, te desejo, de coração [e não apenas porque foi uns dos poucos a ler isso, hehe!], uma alegre e inesquecível celebração pelo nascimento de Jesus Cristo, o meu Salvador.
p.s.: clique na tirinha, para vê-la melhor.
3 de dezembro de 2010
"seja um idiota!"

22 de novembro de 2010
"pós-divulgação".
4 de novembro de 2010
perambulo.
