21 de abril de 2010

ancorado.


Cara estranho - Los Hermanos

"Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem
Olha ali, quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção

Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber?
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir."


além de ter sido a primeira música que aprendi a tocar no violão [o que não significa que o saiba tocar bem], essa música expressa muito de mim. com exceção de alguns trechos, ela se assemelha a como me sentia há 5, 6 anos, quando a conheci, e, mais ainda, a como me vejo hoje.
me sinto parado, à deriva em meu barco ou, mais precisamente, ancorado, observando tudo e todos, sabendo que deveria estar me movendo, como eles, mas sem conseguir remar. prova disso é que não consigo pensar em nada criativo para escrever aqui [por isso a letra da música]. passei o mês de março em estado mental vegetativo. o mês de abril está praticamente findado e minha cabeça parece ainda estar de férias. por que?... eu mesmo não consigo entender, nem saber o que é essa âncora.
mas tenho fé que não demorará a mudar. peço apenas um pouco mais de paciência aos que me vêem tão desajustado e preso assim.